domingo, 18 de novembro de 2007

Qual o futuro do clima do planeta?

Resumo dos principais pontos do Painel Intergovernamental sobre a Mudança Climática, realizado em Valência, na Espanha, revela que algumas perdas ao meio ambiente são irreversíveis

Valência, Espanha (AFP) - Abaixo estão as principais conclusões do quarto informe do Painel Intergovernamental sobre a Mudança Climática (IPCC), destinado aos dirigentes do mundo e que fala em perdas irreversíveis ao meio ambiente. Entre alguns exemplos, estão o derretimento do gelo nas calotas polares, a desertificação rápida de zonas atualmente ocupadas por florestas e o aumento em grandes percentuais do efeito estufa.
A desertificação da Amazônia e o resfriamento da Europa são algumas das alterações possíveis citadas pelo relatório que também prevê a ocorrência de eventos repentinos - como ondas de extinção. O novo documento foi divulgado oficialmente adotado neste sábado, em Valência, na Espanha.
Os especialistas do IPCC, patrocinados pela ONU, pedem mais eficiência no uso da energia em prédios, casas, nos automóveis, defendendo as variedades técnicas solar ou nuclear, consideradas mais limpas. E elaboraram uma síntese de vinte páginas que servirá de referência para os próximos anos em termos de mudança climática, a poucas semanas para a conferência que será realizada em Bali, na Indonésia.

AVALIAÇÃO CIENTÍFICA:
- A mudança climática é "irreversível" e as emissões de gases de efeito estufa provocadas pelas atividades humanas (principalmente pelo gás, o carvão e o petróleo) são responsáveis (em 90%) pelo aumento das temperaturas nos últimos 100 anos (+0,74º C). O CO@ lançado até agora pelas atividades humanas permanecerá ainda por muitos anos na atmosfera, com efeitos para o clima global.
- A temperatura mundial deve aumentar entre 1,1 e 6,4°C em relação a 1980-1999 até 2100, com um valor médio mais seguramente compreendido entre 1,8 e 4°C. O aquecimento será mais importante nos continentes e nas latitudes mais elevadas.
- O nível dos oceanos poderá, segundo as previsões, subir de 0,18 m a 0,59 m no final do século em relação ao período 1980-1999.
- Os calores extremos, ondas de calor e fortes chuvas continuarão sendo mais freqüentes e os ciclones tropicais, tufões e furacões, mais intensos.
- As chuvas serão mais intensas nas latitudes mais elevadas, mas diminuirão na maioria das regiões emersas subtropicais.
- O aumento da temperatura foi duas vezes mais importante no Pólo Norte do que na média mundial nos últimos 100 anos, provocando o derretimento acelerado da camada de gelo.

PRINCIPAIS IMPACTOS:
- "A mudança climática antropogênico (de origem humana) e suas conseqüêbcuas podem ser repentinas ou irreversíveis".
- Inúmeros sistemas naturais já estão afetados e os mais ameaçados são a tunda, as florestas setentrionais, as montanhas, os ecossistemas mediterrâneos e as regiões costeiras.
- Até 2050, a disponibilidade de água deve aumentar nas latitudes elevadas e em certas regiões tropicais úmidas, mas a seque deve se intensificar nas regiões já afetadas.
- 20 a 30% das espécies vegetais e animais estarão ameaçadas de extinção se a temperatura mundial aumentar de 1,5 a 2,5°C em relação a 1990.
- A produção agrícola deve aumentar levemente nas regiões de médias e altas latitudes (frias) se o aumento da temperatura se limitar a menos de 3°C, mas poderá diminuir se ultrapassar esse limite. Nas regiões secas e tropicais diminuirão tão logo ocorra um aumento local das temperaturas de 1 a 2°C.
- A saúde de milhões de pessoas se verá sem dúvida afetada pela desnutrição, a morte e as enfermidades vinculadas às ondas de calor, inundações, secas, tempestades e incêndios.
- Nas regiões polares serão reduzidos as geleiras e os bancos de gelo. No polo norte, o banco de gelo poderá desaparecer antes do final do século XXI.
- O aumento do nível do mar ameaçará as pequenas ilhas.
- Na Europa, as inundações, a diminuição da camada de neve e as ondas de calor colocarão em perigo inúmeras atividades econômicas.

ADAPTAÇÃO E POSSÍVEIS SOLUÇÕES:
- De 1970 a 2004, a emissões de gases de efeito estufa, responsáveis pela mudança climática, aumentaram 70% e, inclusive, 80% no caso do dióxido de carbono (CO2), o mais importante deles.
- Todos os setores econômicos estão envolvidos na redução dessas emissões até 2030.
- As medidas suscetíveis de limitar o aquecimento climático entre +2ºC e +2,5ºC, até 2100 em relação a 1990, terão um impacto inferior em menos dos 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2030.
- As energias renováveis terão um papel cada vez mais importante depois de 2030, assim como as reservas de CO2. A atividade nuclear também desempenhará um papel crescente.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Pense várias vezes antes de jogar fora

Resíduos que normalmente vão para o lixo são fontes de energia baratas e menos poluentes
Diogo Dantas
Rio - Responda rápido: o que você faz com o óleo usado para fritar aquele ovo delicioso? Se você lembrou que descarta na pia o resíduo utilizado pode se considerar um grande colaborador dos problemas com o meio ambiente e até das mudanças climáticas em curso. O óleo de cozinha e outros dejetos que aparentemente não teriam nenhuma forma de reutilização podem ser utilizados como fontes de energia na criação do biodiesel.
De acordo com Vinícius Fagundes, pesquisador da Coope, outros rejeitos além do óleo de cozinha podem servir de matéria-prima para produzir o combustível. "Óleo de peixe, Gordura de galinha, gordura de esgoto, grassa suína, sebo bovino e qualquer outro material poluidor que teria como destino o aterro sanitário pode ser utilizado", enumera.
O pesquisador lembra que ao descartar o óleo de cozinha na pia de casa, a tubulação é entupida porque a substância ao esfriar se une a outros contaminantes e engrossa. Fagundes alerta que caso a quantidade de eliminação seja muito alta em determinada rua, o óleo pode entupir a rede pública de esgoto. “Com isso as bombas de esgoto têm que fazer mais força, e o bueiro acaba vazando".
Quem nunca viu a rua alagada sem uma gota de chuva caindo. Pois é. A consciência de acumular o produto não dá o menor trabalho. Basta juntar o resíduo após usá-lo na cozinha em uma garrafa PET. Depois de encher algumas, é só ligar para alguma cooperativa que recolha o óleo(Veja o serviço ao final do texto). Ou pode vender o que acumular em casa para uma distribuidora que mistura o diesel com o biodiesel. O litro está custando cerca de R$ 0,60.
Vantagem econômica
Ainda há outra vantagem em fabricar o biodiesel a partir das substâncias mais repugnantes a um primeiro olhar. O combustível possui características lubrificantes, polui menos, já que não leva ácido sulfúrico, e não contribui para agravar o efeito estufa e o aumento da temperatura do planeta. A decomposição do óleo de cozinha emite metano na atmosfera, um dos principais gases que causam o efeito estufa. O óleo muitas vezes vai para o ralo da pia e acaba chegando no oceano pelas redes de esgoto. " Se for criado mercado para isso, vai haver mais incentivo", reforça Vinícius Fagundes.
Um engenheiro panamenho afirmou nesta sexta-feira que utilizou sem problemas o biodiesel criado a partir de óleo de cozinha. Com 75% de óleo usado e 25% de diesel para encher o tanque de sua caminhonete, o mecânico do engenheiro avaliou que o veículo funciona sem problema. O combustível alternativo pode ser usado em qualquer medida junto ao diesel feito a partir de petróleo. Mas o governo regulamenta o uso obrigatório de 2% de biodiesel misturado ao diesel comum.
Segundo o pesquisador da Coope, o Brasil tem a capacidade de produzir 700 bilhões de litros de biodiesel por ano, quase equivalente ao consumo mundial. " O único problema é monopolizar essa produção, para não gerar conflitos e disputas políticas como acontece no oriente Médio com o petróleo". ressalta.
Consumidor consciente deve pensar prevenção
A consultora do instituto Akatu para o Consumo Consciente, Maluh Barciotte, enfatiza que, ao consumir, não notamos o que foi explorado como matéria -prima de determinado produto, por isso é necessária uma consciência que dê mais valor á
prevenção.
"Historicamente a mudança foi muito rápida. Em 1960, toda a população humana, que era uns 3 bilhões de pessoas, consumia 50 % da capacidade de regeneração dos recursos da Terra. De lá para cá, hoje a gente consome 30% a mais que a capacidade de regeneração do planeta. Seriam necessários mais três planetas se todos consumissem como os americanos", alerta.
A
especialista diz que para que a nossa relação com o meio ambiente se modifique, é necessário pensar sempre na prevenção, e usa o exemplo do plano de saúde para explicar como deve-se fazer. " Eu não posso pagar um plano de saúde esperando um câncer aos 40 anos. Tenho que prevenir, me alimentar bem, fazer exercícios".
Para que haja essa consciência, Maluh destaca o papel das escolas, que, segundo ela, estão deixando a desejar. "Nós apreendemos através da prática, e as escolas ainda se baseiam na palavra para ensinar as coisas. Falamos de poupar a água e a criança vê um monte de pia vazando. Fala-se de boa alimentação e as cantinas vendem grandes porcarias. Então temos que olhar as causas, não ficar fazendo demagogia".
Quiosques coletarão óleo de cozinha para reciclagem
Na última sexta-feira, dia primeiro, os quiosques do Leme e de Copacabana passaram a coletar o óleo utilizado em frituras e cozimentos, proveniente do preparo de alimentos para os freqüentadores. A coleta será realizada uma vez por semana e os quiosqueiros receberão R$0,50 por cada litro do material. Para realizar o trabalho, a concessionária Orla Rio firmou uma parceria com a empresa M.B.R. Comércio de Materiais Recicláveis, que está distribuindo tonéis com capacidade de 50 litros para cada unidade.
“A expectativa é que em 15 dias todos os 309 quiosques da orla estejam com os tonéis e que sejam recolhidos, inicialmente, entre 5 e 10 mil litros de óleo por mês. Toda a produção será destinada à fabricação de sabão”, afirmou João Marcello Barreto, vice presidente da Orla Rio.
Uma frota de 30 veículos fará o recolhimento do óleo. A M.B.R. Comércio de Materiais Recicláveis conta com o apoio de cerca de 85 funcionários e possui uma central em Caxias, onde o óleo recolhido passa por um processo de decantação para, depois, ser vendido na forma de sabão. Por mês, são recolhidos, em média, 450 mil litros de resíduos pela M.B.R.
“É importante que o quiosqueiro tenha alguns cuidados, como não despejar o óleo quente nos recipientes plásticos, e evitar que elementos sólidos sejam descartados junto ao óleo”, alertou o diretor da empresa, Maurício Braga Rocha.
Receita para fazer sabão a partir do óleo de cozinha
Material
5 litros de óleo de cozinha usado
2 litros de água 200 ml de amaciante
1 kg de soda cáustica em escama
Preparo
Coloque a soda em escamas no fundo de um balde cuidadosamente
Coloque, com cuidado, a água fervendo
Mexa até diluir todas as escamas da soda
Adicione o óleo e mexa
Adicione o amaciante e mexa novamente
Jogue a mistura numa fôrma e espere secar
Corte o sabão em barras
ATENÇÃO:
A soda cáustica pode causar queimaduras na pele. O ideal é usar luvas e utensílios de madeira ou plástico para preparar a mistura.
Disque Óleo: (21) 22603326 ou 78279446.
contato@disqueoleo.com.br

Rússia tenta evitar desastre ambiental depois de vazamento de combustível de navio

Rússia - A mancha de combustível que vazou neste domingo do navio petroleiro Volga-Neft atingiu nesta segunda-feira a costa russa no estreito de Kerch, que separa o Mar Negro e o Mar de Azov, informaram as autoridades portuárias russas. As autoridades locais mobilizaram cerca de cem pessoas para participar das tarefas de limpeza do combustível que vazou, estimado em 1,2 mil t.

O subdiretor do Serviço Federal de Proteção da Natureza da Rússia, Oleg Mitvol, afirmou no domingo que "as tarefas para restabelecer o estado ecológico do estreito levarão meses".

O navio Volga-Neft se partiu em dois na madrugada de domingo perto do porto russo Kavkaz, no estreito de Kerch. Os 13 tripulantes do petroleiro sobreviveram ao acidente e foram resgatados horas depois.

No domingo, ventos de até 100 km/h e ondas de cinco metros transformaram o porto em uma zona de catástrofe. Cinco embarcações naufragaram e quase vinte marinheiros estão desaparecidos.

Segundo o Ministério de Situações de Emergência da Rússia, as equipes de resgate encontraram perto da península russa de Tuzla os corpos de três tripulantes do navio Najichevan, que transportava enxofre. Vários helicópteros e 20 navios de salvamento buscam outros cinco tripulantes do navio e das outras embarcações que naufragaram na região.

As informações são da EFE

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Monitoramento de emissões de gases

Começa hoje o programa de monitoramento de emissões de gases da frota de carros em circulação em São Paulo.
O prefeito Gilberto Kassab dá inicio a ação em cerimônia esta manhã, no Estádio do Pacaembu, na capital. Estima-se que, em 12 meses, sejam feitas mais de 750 mil leituras, o que resulta em 480 mil ou mais identificações válidas.
O equipamento de sensoriamento remoto, que ficará em cada endereço escolhido por período de uma semana, está regulado para ler emissões de veículos movidos a álcool, gasolina e gás. A medição é efetuada com os carros em movimento, sem obstáculos. O sensoriamento será realizado em 52 pontos do município.
Os dados obtidos darão panorama das condições da frota por tipo de veículo, ano de fabricação, modelo e outros fatores, e poderão ser utilizados para o desenvolvimento de ações de educação ambiental. O sistema também capta e digitaliza imagens do veículo e de sua chapa, bem como velocidade e aceleração. As informações são usadas para validar o teste e identificar veículos poluidores, automóveis que rodam irregularmente e, no futuro, ajudará a monitorar a eficiência da Inspeção Veicular Ambiental de São Paulo.
A ESP (Environmental Systems Products), responsável pela tecnologia Remote Sensing, tem experiência comprovada nos Estados Unidos e em países como Áustria, Canadá, México, Hungria, Coréia, Suécia, Suíça, Taiwan e Tailândia. Atualmente, são realizadas anualmente 16 milhões de inspeções por meio dessa tecnologia. Durante os últimos 25 anos, a ESP tem concentrado recursos na indústria de inspeção/manutenção deste tipo de programa. É também a pioneira na indústria de testes de segurança veicular.